A logística da energia solar no Brasil

Entenda o crescimento desse sistema no país e como é o processo logístico do setor

Uma das principais questões hoje em relação aos processos de geração de energia está relacionada aos custos. Enquanto os recursos do planeta se esgotam, os valores para gerar energia aumentam. Felizmente, os avanços tecnológicos possibilitaram novos recursos de entidades naturais. Dentre elas, uma das mais eficientes é sem dúvida a energia solar. O custo de fabricação de painéis solares, que transformam a luz solar em eletricidade, despencou drasticamente na última década em todo o mundo, tornando-os não apenas

acessíveis, mas a forma mais barata de energia. Com isso, houve aumento exponencial da demanda e, consequentemente, da logística envolvendo o setor.

 

No Brasil, a procura por energia solar segue uma tendência que hoje já é mundial. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), eram previstos até o final de 2020 um total acumulado de mais de 250 mil empregos no Brasil, distribuídos entre mais de 15 mil empresas de todos os elos produtivos do setor, com investimentos próximos aos R$ 20 bilhões. Esta crescente demanda dos clientes provenientes de energia solar movimenta também o setor logístico, que precisa estar preparado para importar, armazenar e transportar placas fotovoltaicas e suas peças. O desafio, porém, está justamente no uso cada vez maior da energia fotovoltaica.

Energia solar no Brasil

Segundo a Absolar, o ano de 2021 deve trazer um acréscimo de mais de 5 GW em potência instalada no Brasil de energia solar, representando um aumento de quase 70% em relação a 2020. Já a geração distribuída (sistemas de até 5 MW que ficam próximos da unidade consumidora) deve crescer 90% passando de 4,4 GW para 8,3 GW. Ao mesmo tempo, a geração centralizada (grandes usinas) deve crescer cerca de 37%, chegando em 4,2 GW.

Para Rafael Puglia, sócio-fundador da Vendemmia, especializada em logística integrada, o crescimento da energia solar não tem mais volta. “O Brasil, como um país tropical, tem um enorme potencial para ser líder nesse setor. Além disso, com o nosso tamanho territorial, nem sempre é possível levar energia a locais mais distantes, onde esse tipo de energia tem crescido bastante. Nesses casos específicos, a inteligência logística se faz ainda mais necessária para não onerar a operação”, explica. 

 

Isso se justifica também ao constatarmos que quase 75% da geração de energia solar fotovoltaica do Brasil em número de sistemas é consumida por residências, tendo também quase 40% do total em potência instalada . As regiões Sudeste e Sul são as que mais utilizam energia solar hoje, tendo os Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo somando mais de 40% da geração distribuída.

 

O Brasil hoje já possui 95 fabricantes do setor cadastrados no FINAME do BNDES, entre kits de sistema solar fotovoltaico, rastreador solar, inversor e módulo fotovoltaico, string box e baterias. Apesar do enorme potencial de crescimento frente à demanda, somente 5% dos módulos fotovoltaicos utilizados no Brasil são de fabricação nacional. Por isso, a importação ainda é essencial para o setor no país, assim como toda logística e transporte de sistemas e peças.

 

Abaixo, seguem rankings dos 10 maiores importadores de módulos e inversores no Brasil.



Processo logístico do setor

A operação de geração de energia solar requer um grande volume de caminhões e contêineres. Isso encarece o custo logístico e torna o processo muito complexo. “A parte logística de um projeto de energia solar já não é muito barata. Erros de cálculos ou falta de conhecimento das especificidades desse setor podem se tornar uma dor de cabeça e gerar custos desnecessários para o cliente”, informa Puglia. 

 

Por contar com quase 100% de importação para abastecer o setor, transporte e armazenamento são hoje cruciais para atender distribuidores, representantes e consumidores. Além disso, é preciso cuidado e conhecimento para transportar esse tipo de material, que é bem delicado, mas também de peso considerável. Uma placa solar de 60 células, comuns para residências e empresas, possui em média 20 kg. Por isso, além de cuidado, é preciso conhecimentos específicos no manuseio, estoque e trânsito dos equipamentos, peças e kits. 

 

A Vendemmia, por exemplo, atua nesse segmento desde 2017 e aposta no seu conhecimento e capacidade de inovação para atender o setor de forma especializada. “Criamos três verticais de atuação para o setor de energia solar: o de importação, para fabricantes de placas e inversores; de importação, armazenagem e transporte para os distribuidores de geradores fotovoltaicos, ou seja, no segmento de geração distribuída; e uma terceira para grandes projetos, tanto de geração centralizada quanto distribuída”, detalha Puglia. 

 

Para atender cada vez mais pedidos do setor de energia solar, a Vendemmia tem em seu planejamento a abertura em 2021 de três novos armazéns. Os previstos para Minas Gerais e Pernambuco já foram pensados para atender parte da crescente demanda dos clientes provenientes de energia fotovoltaica. Para o sócio-fundador da Vendemmia, a ideia da empresa é dobrar a participação no segmento. “Hoje, a energia solar representa 40% do nosso volume total. Acreditamos no potencial do segmento para os próximos anos e queremos dobrar esse volume, tanto na importação quanto na armazenagem de kits e no transporte. Por isso, também a criação dos novos armazéns, visto que queremos oferecer um serviço mais completo aos nossos clientes do que apenas importação”, finaliza. 


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