Fretes marítimos: cenário atual favorece importações

Queda nos valores sinaliza melhorias e estabilidade para 2022

A chegada da pandemia, em 2020, foi um dos fatores que contribuiu para uma alta dos fretes marítimos e fez a quase totalidade das empresas rever seus planejamentos. A Covid-19 obrigou muitos países a implementar bloqueios em seus territórios e interromper a produção de bens, o que impactou diretamente o crescimento econômico. Consequência direta dessas ações, as companhias marítimas se viram obrigadas a reduzir o número de navios de carga, o que não apenas cortou o fluxo normal de mercadorias importadas e exportadas, mas também impediu a coleta de contêineres vazios. Ao final de 2021, o preço do transporte do container de importação chegou a cerca de $12,500.

Assim, até o ano passado, enfrentamos muitas dificuldades logísticas, como espaço de armazenamento limitado, taxas de frete muito altas, congestionamento portuário e falta de caminhões para transporte. Fora a pandemia, um dos maiores infortúnios foi o bloqueio do Canal de Suez, que levou a uma perda de 9,6 bilhões de dólares no comércio internacional. Porém, o cenário para 2022 já se mostra bem diferente. Desde o início de janeiro, o mercado vem observando quedas que animam as empresas de logística. Com essa mudança de cenário, fretes mais baixos e a maior facilidade de conseguir espaço em relação ao que já vimos num passado muito próximo já se tornaram realidade. 

Essa mudança de cenário vem em boa hora. Em 2020, muitos fabricantes fecharam as portas ou tiveram sua produção interrompida por um período mais prolongado. Como a demanda aumentou, especialmente no comércio eletrônico, os agentes de navegação se viram pressionados e outras complicações surgiram. Tudo isso trazia impactos imediatos no planejamento, o que também impactou fretes e demais custos de transporte marítimo.

Retomada dos negócios e queda nos preços

Com a chegada das vacinas e um maior controle da pandemia, o mercado voltou a crescer e os preços foram caindo gradativamente. Os fretes estão sendo corrigidos e a expectativa dos importadores é que eles caiam ainda um pouco mais. Esta queda é uma boa notícia, principalmente para os importadores. José Roberto Costa, gerente de logística da Vendemmia, afirma que foi surpreendido com a rápida retomada do mercado. “Conseguimos fechar fretes na casa dos US$ 8.200,00, o que é bem abaixo dos praticados em Dezembro de 2021. Outro fato que nos surpreendeu foi a rapidez com que isso mudou. Agora, estamos embarcando no tempo que os clientes precisam e repassando a baixa de preços para eles”, revela. 

Mesmo assim, o impacto dos últimos dois anos ainda é sentido. Em agosto de 2021, os atrasos fizeram com que a capacidade de transporte diminuísse em mais de 3,1 milhões de TEU (unidade equivalente a 20 pés), representando 12,5% do transporte marítimo, isso fez com que empresas logísticas tivessem que criar novas soluções. 

Para Rafael Puglia, sócio-fundador da Vendemmia, o know-how conta muito para poder enfrentar períodos de maior incerteza. “Além da grande experiência de mercado, temos contratos com alguns dos maiores agentes de carga do mundo e um volume constante de transporte histórico com uma alta demanda, o que viabiliza os espaços para os nossos clientes. Isso nos favorece muito, pois nos dá garantia que nossos clientes seriam contemplados e teriam espaço nos navios. Durante toda essa crise, não deixamos de embarcar ninguém”, explica.  

Em 2022, porém, essa situação deve mudar para melhor – será mais fácil garantir um lugar para um contêiner. Segundo Costa, “entre os fatores que estão contribuindo para estarmos conseguindo fretes mais baixos, está a entrada de dois novos armadores, Hyundai e EShipping, que ajudaram no escoamento das cargas que estavam aguardando para embarcar. Além disso, contribuíram para equilibrar a oferta de espaço versus a demanda de cargas do mercado. Diferentemente do ano passado, que faltava espaço nos navios, neste momento o armador está buscando carga. Essa dinâmica beneficia todos os segmentos de mercado que atuam regularmente na importação”, analisa.

Mais navios, melhores negócios

Como haverá mais opções de embarque, mais contêineres serão alugados. Pesquisa da ShipHub indica que a exportação conteinerizada aumentará de 2 a 3% em 2022. Fora isso, este ano a frota global será ampliada em 4,5%. No entanto, o maior aumento está previsto para 2023, que deve crescer 7,5%. Este ano, pelo menos 22 grandes navios porta-contêineres (COSCO Shipping, CMA, OOCL e MSC) devem estrear.

Novos players também devem dar as caras no mercado de transporte, como Taiwan e Tailândia, e a transportadora Wan Hai Lines pretende expandir sua linha Trans-Pacific. Por outro lado, a Tailândia quer lançar novas linhas de contêineres e, até 2025, encomendará vários navios porta-contêineres. Tudo isso anima o mercado e pode contribuir para novas quedas nos valores dos fretes, que ainda conta com outros fatores. “Vale ressaltar que, historicamente, a partir do fim de abril e início de maio, as empresas intensificam suas compras para abastecimento do 2º semestre, especialmente as varejistas”, explica Costa.

Portos congestionados e planejamento especializado

Com mais navios, também temos portos mais congestionados. Mesmo antes de a Ever Given ficar presa no Canal de Suez, os portos congestionados eram a realidade do dia a dia, especialmente aqueles com maior capacidade. Na Costa Oeste dos Estados Unidos, por exemplo, cerca de cem navios esperavam pela sua vez, muito mais do que os portos podiam atender juntos ao mesmo tempo. Essa tendência deve continuar em 2022, mas diminuirá com o tempo. A capacidade reduzida dos portos tem a ver com pessoal limitado e estruturas que não estão sendo adaptadas para acomodar muitos navios porta-contêineres de grande porte.

Já os portos brasileiros estão batendo recordes de produção, a exemplo dos portos de Santa Catarina e Santos. O volume de carga é muito expressivo e os armazéns alfandegados estão lotados. Chegou muita carga, e ainda continua chegando, após um período de demanda retraída causado pela pandemia. Por isso, é importante contar com um fornecedor experiente que ofereça as melhores saídas e saiba como lidar com a situação. 

A Vendemmia é hoje a única empresa do setor 4PL que consegue operar por meio de estruturas próprias, com importação, transporte e armazenagem. Isso maximiza os ganhos do supply chain com benefícios fiscais, tributários, aduaneiros e financeiros. Isso fez com que buscassem soluções diferenciadas mesmo em momentos de maior tribulação, como explica Puglia. “Fizemos movimentos junto aos clientes e conversamos para buscar soluções que não nos deixem tão dependentes da utilização dos containers tradicionais (20’e 40’ pés)”, demonstra. 

Fora isso, a Vendemmia também é a única do setor que possui uma plataforma tecnológica própria, que traz em um único ambiente toda a visibilidade da cadeia. Esse controle e know-how são dois aspectos primordiais que permitem uma redução nos custos de frete, pois apresentam uma visão estratégica para criar uma nova rede de cadeia de suprimentos que gerencie com eficiência o fluxo de produtos em todas as plataformas. 

Um fornecedor 4PL como a Vendemmia, por exemplo, pode assim monitorar a carga desde seu envio até a entrega em todos os passos, realizando desde planejamento, compra, importação, armazenamento e expedição até o transporte final por meio de um mesmo sistema. Concluindo, em 2022 não veremos as taxas de frete no nível de 2019, mas elas se estabilizarão e será mais fácil planejar o transporte. 

“Além da grande experiência de mercado, temos contratos com alguns dos maiores agentes de carga do mundo e um volume constante de transporte histórico com uma alta demanda, o que viabiliza os espaços para os nossos clientes. Isso nos favorece muito, pois nos dá garantia que nossos clientes seriam contemplados e teriam espaço nos navios. Durante toda essa crise causada pela pandemia, não deixamos de embarcar ninguém”, explica Puglia. Ou seja, ter um fornecedor especializado será fundamental para poder usufruir de um cenário mais favorável em 2022.

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