Energia solar no Brasil: desafios e oportunidades do setor

No Brasil, a principal força do segmento está nas placas fotovoltaicas e suas peças.

Crises econômicas sempre acabam sendo momentos cruciais para mudanças mais significativas em diversos setores. Ano passado, a crise hídrica no Brasil apontou a necessidade de novos olhares e alternativas, assim como o recente conflito na Europa e a disparada do preço do petróleo, para as soluções de energia renovável, que passaram a se tornar cada vez mais importantes. Isso não só aqui, como no mundo todo.

Com o mercado em crescimento acelerado e exponencial, a energia solar tem cada vez mais participação no setor. Hoje já é um dos segmentos com mais potencial, tanto no Brasil como no mundo, em especial a China. Espera-se que o país asiático adicione entre 75 a 90 gigawatts (GW) de energia solar em 2022, número muito acima do atual e recorde de capacidade no ano passado. 

A China colocou em operação 54,88 GW de nova energia solar em 2021, elevando a capacidade total instalada para 306 GW. Além disso, é o país que mais produz e exporta painéis solares, tendo o Brasil um dos principais consumidores. Somos atualmente o terceiro país que mais importa módulos solares. 

Todo esse crescimento global do setor não parece que irá desacelerar em breve. A China pode adicionar uma média de 83 a 99 GW de nova capacidade a cada ano entre 2022 e 2025, de acordo com a Associação da Indústria Fotovoltaica da China (CPIA). Projetos para construir mais estações solares de grande escala no Gobi e outras regiões desérticas do país também estão em andamento, com a construção de cerca de 100 GW de capacidade de energia solar já iniciada na área. 

Por sua vez, uma extensão das tarifas dos EUA sobre produtos solares pode distorcer o comércio internacional e dificultar o desenvolvimento de energia limpa e de baixa emissão. Isso, entretanto, não deve ser suficiente para frear o crescimento do setor. À medida que a pandemia se arrasta, muitas empresas de energia solar continuam a fazer pesquisas para tornar a energia solar cada vez mais utilizável em grande escala, inclusive no Brasil. Por isso, as expectativas do segmento para 2022 e os próximos anos são de otimismo e movimentação. 

Crescimento entre pequenas e grandes geradoras

No Brasil, a principal força está mesmo nas placas fotovoltaicas e suas peças. De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDEE) 2027, espera-se que o país aumente sua energia renovável não hidrelétrica para 28% de seu mix de geração de eletricidade até 2027. O que não significa que a geração centralizada não continue crescendo também. 

Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em comparação com o ano de 2020, novas instalações de painéis de energia solar triplicaram na cidade de São Paulo em 2021. Com isso, a economia chega a 95% na conta de energia elétrica de residências e a tendência é de crescimento ainda maior em 2022.

De acordo com a Absolar, a energia solar fotovoltaica no Brasil acumula mais de 14,0 GW operacionais desde 2012. Em relação a geração distribuída, a associação, junto da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), contabilizou até março de 2022 que a quase totalidade (99,9%) de todas as conexões de micro e minigeração distribuída são da fonte solar voltaica. Já são quase 860.000 sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, sendo a maioria (77,1%) residencial, seguido de comércio e serviços (12,9%) e rural (7,7%). 

Os investimentos do setor no Brasil demonstram oportunidades e vantagens para empresas do segmento. Companhias pequenas já faturam alto e a tendência é crescer rapidamente e se tornarem grandes empresas. Espera-se que o mercado brasileiro de energia solar testemunhe um CAGR (Taxa de Crescimento Anual Composta) de cerca de 5,5% durante o período de 2022-2027.

Iniciativas governamentais e medição líquida

Em 2020, o Brasil gerou 10,7 TW.h de energia solar e foi o segundo maior contribuinte para o mercado solar na América do Sul. Os principais impulsionadores do mercado incluem algumas iniciativas governamentais, como medição líquida, para promover energia renovável e estabilizar o consumo de carbono. Além disso, a medição líquida ajudou empresas a obterem créditos nas contas vendendo o excesso de eletricidade produzida à rede. 

Projetos em escala de serviços públicos e projetos de geração solar distribuída devem ser lançados em diversos leilões, o que criará mais oportunidades para o mercado crescer no futuro. Com uma significativa capacidade instalada de geração solar fotovoltaica de cerca de 8,01 GW em 2021 e energia solar concentrada (CSP) em seu estado inicial, espera-se que a energia solar fotovoltaica (PV) domine o mercado brasileiro de energia solar durante o período até 2017. 

A entrada de novos players e a consolidação das pequenas empresas do setor são fatores que contribuíram para um crescimento exponencial do setor em 2021. Com as crescentes preocupações com as mudanças climáticas na atmosfera devido ao aumento das emissões de CO2, o Brasil e outros países estão se concentrando mais na geração de eletricidade a partir de fontes renováveis. Ano passado, o Brasil gerou quase 45% da eletricidade a partir de fontes renováveis.

Brasil à frente na América do Sul

Não por acaso, o Brasil é um dos países mais avançados da América do Sul no que diz respeito ao desenvolvimento de energias renováveis. Boa parte disso também se deve ao fato de termos excelentes níveis de radiação solar, já que o território brasileiro se encontra em uma faixa de latitude em que a incidência de radiação solar é muito maior do que o resto do mundo.

Este e outros fatores fizeram com que a energia solar acelerasse a partir de 2017, com a capacidade total aumentando para 7,8 GW em 2020. No geral, o setor de energia solar do Brasil experimentou um crescimento decente com sua recuperação econômica desde 2017 e pode liderar o mercado regional no futuro.

O sucesso do segmento impulsionou as pequenas e microempresas. O Brasil hoje já possui 95 fabricantes do setor cadastrados no FINAME do BNDES, entre kits de sistema solar fotovoltaico, rastreador solar, inversor e módulo fotovoltaico, string box e baterias. Mesmo assim, apesar do enorme potencial de crescimento frente à demanda, somente 5% dos módulos fotovoltaicos utilizados no Brasil são de fabricação nacional. Por isso, a importação ainda é essencial para o setor no país, assim como toda logística e transporte de sistemas e peças. 

Oportunidades e desafios da logística do setor solar

Mesmo com um cenário altamente positivo, o setor não está livre de ter seus próprios desafios. Aliás, é justamente em seu exponencial crescimento que está uma das principais dificuldades hoje do setor. As empresas de energia solar crescem muito rápido e, com isso, podem se perder nos processos, no controle e na eficiência operacional. Grandes players estão com a expansão acelerada e isso pode acarretar em dificuldades como administrar todo o fluxo das operações logísticas.

Importação e distribuição

Por contar com quase 100% de importação para abastecer o setor, transporte e armazenamento são hoje cruciais para atender distribuidores, representantes e consumidores. Além disso, é preciso cuidado e conhecimento para transportar esse tipo de material, que é bem delicado, mas também de peso considerável. Uma placa solar de 60 células, comuns para residências e empresas, possui em média 20 kg. Por isso, além de cuidado, é preciso conhecimentos específicos no manuseio, estoque e trânsito dos equipamentos, peças e kits. 

Com enorme potencial de energia solar, o país está pronto para dar um salto no mercado de energias renováveis. Assim, o governo vem regulamentando políticas para atrair investimentos estrangeiros no Brasil. De acordo com a Absolar, desde 2012, 10 bilhões de dólares foram investidos em energia solar no país e isso criou cerca de 300 mil empregos locais. 

Instabilidade e condições climáticas

A instabilidade pode ser determinante para impedir que empresas consigam uma atuação mais segura dentro do setor. Além disso, a operação de geração de energia solar requer um grande volume de caminhões e contêineres, o que encarece o custo logístico e torna o processo muito complexo. Como vimos anteriormente, as placas também são frágeis e pesadas, o que demanda especialização. 

Da mesma forma, as condições climáticas, como chuvas e mão de obra especializada para instalação inicial, ainda podem ser vistos como empecilhos. Tudo isso dificulta maior estabilidade e demanda cada vez mais uma logística que tenha know-how e experiência em lidar com o setor. Erros de cálculos ou falta de conhecimento das especificidades do segmento podem se tornar um problema e gerar custos desnecessários.

Especialização e conhecimento no setor

A Vendemmia, por exemplo, atua nesse segmento desde 2017 e aposta no seu conhecimento e capacidade de inovação para atender o setor de forma especializada. A empresa possui três verticais de atuação para o setor de energia solar: a de importação, para fabricantes de placas e inversores; a de importação, armazenagem e transporte para os distribuidores de geradores fotovoltaicos, ou seja, no segmento de geração distribuída; e uma terceira para grandes projetos, tanto de geração centralizada quanto distribuída.

Além disso, a Vendemmia ampliou sua quantidade de armazéns próprios para atender parte da crescente demanda dos clientes provenientes de energia fotovoltaica. Isso porque, hoje, a energia solar representa 40% do volume total da empresa, que acredita no potencial do segmento para os próximos anos e prevê  dobrar esse volume, tanto na importação quanto na armazenagem e no transporte.

Por ser uma provedora 4PL especializada e com atuação em todas as pontas da cadeia, a Vendemmia dá mais escalabilidade para todo o processo logístico, mesmo com crescimento acelerado do setor de energia solar. Com mais de 6 anos atuando no segmento, a empresa conhece os principais fornecedores de painéis na China e possui know-how de transporte internacional e conhecimento de fiscalização tributária e aduaneira. 

Hoje líder do setor em logística, a Vendemmia também possui especialização na manufatura em armazém e no transporte nacional, contando com tecnologia própria, o Vendemmia Analytics, para identificar as melhores rotas e os menores custos. 

A Vendemmia atua hoje em todos os elos da cadeia, desde a compra das mercadorias, passando pelo transporte e montagem de kit solar, até benefícios fiscais, como isenção de ICMS e toda a gestão da entrega do kit ao cliente final.

O 4PL atende a todas as necessidades do negócio de uma empresa, assumindo de forma eficiente a responsabilidade e a autoridade da cadeia de suprimentos. Com um investimento ideal de tempo e dinheiro, 4PL prova ser a melhor escolha hoje para uma empresa gerenciar o seu supply chain. 

Leia mais assuntos:

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn
Share on whatsapp
WhatsApp

Últimas notícias