A crise hídrica que gerou aumentos constantes na conta de luz serviu também para mostrar que alternativas são cada vez mais necessárias para o abastecimento de energia no Brasil. Não por acaso, o mercado de energia solar cresce a cada dia em todo o mundo. Em 2018, havia sido avaliado em 52,5 bilhões de dólares e está projetado para atingir mais de 220 bilhões já em 2026.
A razão é relativamente simples: a energia solar pode ser aproveitada por meio de várias tecnologias, como aquecimento solar, células fotovoltaicas e outras. É uma forma eficiente de energia não convencional e uma solução renovável conveniente para aumentar as emissões de gases de efeito estufa e o aquecimento global. Dessa forma, acaba sendo vista com bons olhos tanto do ponto de vista de eficiência quanto em relação ao meio ambiente e também de economia.
O mercado brasileiro
O Brasil é hoje o maior mercado solar da América do Sul, contribuindo com quase 42% da produção total de energia solar no continente até 2018. É esperado um aumento de 5,5% da taxa de crescimento anual composta (CAGR) até 2025 e os principais motores do mercado incluem iniciativas governamentais, como net metering, para promover a energia renovável.
Para a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), até o final de 2020 devemos ter 250 mil empregos no Brasil distribuídos entre mais de 15 mil empresas de todos os elos produtivos do setor. Já os investimentos devem ficar na casa dos R$ 20 bilhões, tendo o ano de 2021 um acréscimo de mais de 5 GW em potência instalada de energia solar no país. O aumento será de quase 70% em relação a 2020, em que quase 75% da geração de energia solar fotovoltaica do Brasil em número de sistemas é consumida por residências, tendo também quase 40% do total em potência instalada.
Boa parte desses números se explica pelo fato de o Brasil ter um enorme potencial para ser líder nesse setor por ser um país tropical, porém, o tamanho territorial de dimensões continentais torna sua distribuição menos simples, ainda mais por termos somente 5% dos módulos fotovoltaicos utilizados no Brasil de fabricação nacional, o que torna a importação essencial para o mercado.
Vantagens da energia solar
O crescimento do mercado de energia solar é impulsionado também pelo aumento da poluição ambiental e pela oferta de incentivos governamentais e redução de impostos para a instalação de painéis solares. Além disso, a diminuição da pegada hídrica associada aos sistemas de energia solar alimentou sua demanda nos setores de geração de energia.
A procura por células solares ganhou grande força devido ao aumento nas instalações em telhados, residenciais e empresariais, seguido pelo aumento nas aplicações no setor de arquitetura. Além disso, espera-se que a demanda por calhas parabólicas e torres de energia solar na geração de eletricidade aumente a demanda por sistemas de energia solar concentrada.
No Brasil, a principal força está mesmo nas placas fotovoltaicas e suas peças. De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDEE) 2027, espera-se que o país aumente sua energia renovável não hidrelétrica para 28% de seu mix de geração de eletricidade até 2027. Isso inclui o aumento da energia solar fotovoltaica de 2,4 GW, em 2019, para 8,6 gigawatts (GW).
Espera-se também que projetos de geração solar distribuída sejam lançados em diversos leilões, o que deve criar uma oportunidade para o mercado crescer no futuro. No geral, o setor de energia solar do Brasil experimentou um crescimento sólido desde 2017 e os fomentos governamentais aliados às necessidades de fontes alternativas de energia devem fazer o mercado se fortalecer como tendência em um futuro próximo.
Tanto é que o Brasil hoje já possui 95 fabricantes do setor cadastrados no FINAME do BNDES, entre kits de sistema solar fotovoltaico, rastreador solar, inversor e módulo fotovoltaico, string box e baterias. Mesmo assim, é da importação que vem o grosso dos materiais, o que faz da logística uma peça fundamental para o mercado nacional.
Logística especializada
A crescente demanda por placas de energia solar na geração de eletricidade deve gerar mais procura não apenas por sistemas alternativos, como também por peças e materiais relacionados. Espera-se que este aumento, juntamente com o crescimento da população e o aumento do preço da energia convencional, impulsionem o mercado nos próximos anos.
No entanto, as condições climáticas, como chuvas e mão de obra especializada para instalação inicial, ainda podem ser vistos como empecilhos. Tudo isso torna a logística ainda mais essencial para que o mercado continue aquecido. Isso porque o baixo custo de manutenção e operação do projeto de energia solar e sua economia ajudam a impulsionar o mercado mesmo com a dependência da importação.
E aí entra a 4PL. Diferentemente de uma logística de terceirização (3PL), um provedor 4PL gerencia toda a cadeia de suprimentos e serve como o único ponto de contato para todas as partes, garantindo transparência de ponta a ponta. Dessa maneira, tendo todo o processo logístico concentrado em um único fornecedor, é possível ter mais controle e planejamento para realizar não só a importação, mas também o transporte e a entrega em território nacional.
Não só isso, a chamada logística integrada acaba atuando como facilitador também na armazenagem, montagem e segurança das placas. Portanto, ao fazer isso com um único fornecedor, a vantagem está na concentração da informação em um só lugar. Para que isso seja possível, a tecnologia entra como uma importante ferramenta para dar visibilidade e controle da gestão de todo processo.
O papel da tecnologia
Pelo fato da logística integrada agregar todos os tipos de recursos ou provedores com relação a diferentes atributos da cadeia de suprimentos e sincronizar suas atividades por meio de sistemas de TI e plataformas relacionadas, um fornecedor 4PL utiliza tecnologias avançadas para automatizar suas operações. Com isso, lida com processos com muitos dados de maneira mais eficiente e segura.
Quando pensamos na importação das placas de energia solar, essa tecnologia se torna ainda mais necessária, visto que torna o processo, que de outra forma poderia ser muito custoso, muito mais rápido, eficiente e sem perda de informações, concentrado em um só local.
Desta forma, o que poderia ser um impedimento econômico, acaba tendo um custo muito menor, não apenas viabilizando toda a operação em termos práticos, mas contribuindo para que a energia solar mantenha sua vantagem de baixo custo mesmo em partes mais isoladas do país.
Hoje, a Vendemmia é a única do setor que possui uma plataforma tecnológica própria, que traz em um único ambiente toda a visibilidade da cadeia, a Vendemmia Analytics. Com ajuda da plataforma, a empresa atua em três verticais para o setor de energia solar: o de importação, para fabricantes de placas e inversores; de importação, armazenagem e transporte para os distribuidores de geradores fotovoltaicos, ou seja, no segmento de geração distribuída; e uma terceira para grandes projetos, tanto de geração centralizada quanto distribuída.
Assim, o Vendemmia Analytics concentra todas as informações logísticas desses processos, além de permitir a comunicação rápida com os clientes e acompanhamento real time de todo o fluxo em um único ambiente. Dessa maneira, a eficácia com a adoção da plataforma é aumentada, pois as áreas podem tomar decisões baseadas em dados confiáveis e totalmente direcionados.
O Vendemmia Analytics consegue assim, sozinho, dar conta de todas as informações necessárias, criando uma facilidade que antes não era possível. Quando pensamos no mercado de energia solar, isso é um diferencial sem igual, pois as decisões e o planejamento podem ser pensados em torno de dados que permitem não apenas reduzir custos operacionais e de produção, mas de maneira concentrada, evitando erros ou cruzamento equivocado de informações. Para produtos pesados, delicados e de alto custo, como as placas fotovoltaicas e suas peças, seu uso é primordial para o sucesso das operações.