Desafios da infraestrutura brasileira para a logística

Entenda como o cenário modal e as legislações vigentes afetam os processos logísticos

Soluções logísticas demandam adequação em diversas frentes. A infraestrutura é parte essencial dos sistemas logísticos, e portanto, influencia fortemente o crescimento econômico. Por isso, uma boa infraestrutura ajuda a facilitar os fluxos comerciais e é uma garantia adicional de sucesso no comércio internacional, ao mesmo tempo que fornece soluções locais para melhorar o acesso a certas regiões. 

 

Assim, compreender seus efeitos e causalidades permite tornar o processo logístico ainda mais eficiente. Este entendimento também resolve desafios intrínsecos do atual cenário nacional, como transporte, custos e burocracia, assim como entender as legislações vigentes.

Transporte e seus custos

O transporte de cargas no Brasil é fortemente baseado no modal rodoviário. A dependência é tão grande, que os 1.720.700 quilômetros de estradas e rodovias nacionais, de acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), atendem 87% das mercadorias transportadas pelo país. De fato, temos a quarta maior malha rodoviária do mundo. No entanto, isso traz algumas consequências diretas, como altos custos operacionais e despesas adicionais. 

 

Além disso, quase a totalidade dos volumes que chegam ao Brasil se dá por meio marítimo. Apesar de contar com mais 100 instalações portuárias de carga, boa parte se concentra apenas em 10. Apenas o Porto de Santos (SP), por exemplo, movimenta mais de 30% das cargas que chegam ao país. Em 2019, o peso de carga bruta que chegou ao porto passou de 30 milhões de toneladas. A distribuição, assim, também se torna um desafio. Esses dados contribuem para que 12,2% do PIB brasileiro correspondam aos custos logísticos. No âmbito das empresas, os gastos com logística representam 7,6% da receita líquida, considerando custos de transporte, estoque e armazenagem.


Legislações e burocracia

Além da grande dependência rodoviária, os custos logísticos passam também pelo entendimento correto das legislações vigentes. Toda a malha rodoviária é regulamentada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), por meio da Lei 11.442, que dispõe sobre o Transporte Rodoviário de Cargas realizado em vias públicas. Até 2014, foram mais de 1 milhão de cadastros, entre caminhoneiros e transportadoras, para o Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC), documento obrigatório desde 2009 para realizar transporte de cargas no Brasil. 

Documentos do tipo não faltam para todas as fases do transporte de cargas, incluindo rodoviário, aéreo, aquaviário, ferroviário ou dutoviário. Geralmente, a constante mudança em artigos e parte das legislações fazem com que atualizações sejam frequentemente necessárias, causando aumento de custos e atrasos. São diversas leis, decretos, diretrizes e códigos presentes nos processos logísticos, incluindo a Lei 0388, sobre Fretes Marítimos; as leis 2702 e 4349, de Taxas Aeroportuárias; a lei 2210, sobre Materiais Importados por Empresas Ferroviárias; e o decreto 49.487, sobre o Trânsito de Caminhões em São Paulo. Além, claro, de pedágios e demais taxas presentes durante os trajetos. Tal  burocracia, além de encarecer os custos de todo o processo, também podem gerar aumento de prazos e demora em troca de modais.


Tendências e o Plano Nacional de Logística (PNL)

Algumas mudanças, entretanto, podem ocorrer em breve em relação aos processos logísticos e a infraestrutura nacional. Trata-se do Plano Nacional de Logística, o PNL. Elaborado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL), empresa pública vinculada ao Ministério da Infraestrutura, o PNL pretende sistematizar e integrar todo o ciclo de planejamento de transportes em nível federal. Estão previstos mais de R$ 480 bilhões em investimentos até 2035, com a expectativa de que a participação das rodovias na movimentação de cargas caia para 70%, enquanto a combinação de ferrovias, hidrovias e a cabotagem passe para aproximadamente 30%.

 

Esta integração entre diferentes modais de transporte será fundamental para otimizar as operações e reduzir custos dos processos logísticos. Com isso, os operadores logísticos do Brasil deverão se aproximar mais do consumidor final, com presença em determinados segmentos, como telecomunicações, tecnologia industrial e de serviços bancários e comércio eletrônico. Além disso, a terceirização da armazenagem, que hoje representa mais de 50% dos custos logísticos para os operadores, também deve se tornar forte nos próximos anos, especialmente com o novo PNL. 


4PL e a terceirização dos processos logísticos

A terceirização, aliás, passa a ter cada vez mais força nesse cenário. Os embarcadores estão terceirizando mais frotas, serviços logísticos e armazenagem e, mesmo sendo uma tendência mundial, no Brasil essa busca é também potencializada pela atual infraestrutura. Um dos motivos é justamente o fato de que os gargalos presentes nos sistemas modais e a burocracia permitem que soluções logísticas especializadas e modernas possam ajudar na redução de custos e prazos. 

 

Sendo assim, fornecedores 4PL (logística integrada) são vistos como tendência, pois oferecem uma proposta ampla e completa, envolvendo toda a gestão da Supply Chain. Isso é visto como uma evolução do mercado na busca por integrar e monitorar as operações em tempo real, aproveitando os avanços tecnológicos para criar ferramentas adequadas. A distribuição urbana, a última milha e a entrega em domicílio também exigem uma extrema integração tecnológica com seus clientes. Fornecedores precisam, assim, trabalhar com softwares de gestão de armazenagem, de rastreamento, roteirização e gestão administrativa para atender a demanda. 

 

A Vendemmia, por exemplo, atua com 4PL tendo experiência em soluções avançadas que possibilitam resolver problemas burocráticos e de infraestrutura com tecnologia e know-how em todas as partes da cadeia. Por realizar um planejamento logístico adequado, permite avaliar as melhores rotas e meios de transporte, otimizando tempo e reduzindo custos com impostos e outros gastos. Prova disso é a nova plataforma digital criada pela empresa, a Vendemmia Analytics, que agrega em um único ambiente toda a visibilidade da cadeia de suprimentos e demonstra sua afinidade com os avanços tecnológicos do setor. 

 

Esta plataforma integra as informações da cadeia de suprimentos permitindo o acompanhamento de todo o processo logístico em tempo real, desde o planejamento, compra, importação, armazenamento, expedição até o transporte final. Além disso, utiliza ferramentas como o WhatsApp Business e tecnologia RFID, que ajuda na identificação, recuperação e armazenamento remoto de dados, para resolver os desafios da escalabilidade na comunicação.

 

A Vendemmia opera com estruturas próprias, incluindo armazém, transportadora e importação, maximizando os ganhos dessa cadeia por meio de benefícios tributários, financeiros e aduaneiro, sendo hoje a única do setor 4PL a oferecer tais vantagens, possibilitando uma gestão logística com menos erros e perdas financeiras, otimizando processos internos e externos e gerando mais awareness junto ao cliente. 


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