Muito se debate sobre os rumos da sociedade em relação não apenas sobre o uso de recursos naturais, mas também a forma como fazemos negócios. Afinal, a finitude do meio ambiente impacta diretamente a maneira como vivemos hoje em dia. Assim, se você tivesse a chance de implementar um sistema que traria muito mais lucro do que empresas concorrentes, qual seria seu primeiro pensamento? Você pensaria no que isso acarretaria em termos éticos, sociais e ambientais? Ou simplesmente adotaria e pronto?

A verdade é que, fazendo negócios da maneira certa – ou seja, sendo verdadeiramente autêntico, aderindo de todo o coração à sua ética e moral e se preocupando de verdade com seus clientes, colaboradores e sociedade, você pode obter esse ganho e ainda manter uma postura adequada e verdadeiramente consciente. Portanto, se você almeja ter sucesso nos negócios, não basta mais pensar apenas em obter lucros financeiros.

Os líderes empresariais de hoje estão pensando em maneiras de desenvolver um novo sistema de capitalismo, baseado em modelos de negócios mais circulares e conscientes. Pesquisas mostram que empresas conscientes, a longo prazo, superam os concorrentes tanto financeiramente quanto por terem um impacto mais benéfico no meio ambiente e nas pessoas em geral. É o que chamamos hoje de capitalismo consciente. 

O que é capitalismo consciente?

De maneira mais direta, o capitalismo consciente é a filosofia de que o sistema capitalista pode ser uma força positiva para o mundo e que empresas podem ser conduzidas de forma a beneficiar o próprio negócio juntamente com seus trabalhadores, sua comunidade e o meio ambiente. Em vez de almejar apenas o lucro como objetivo principal, uma empresa consciente possui três pilares: pessoas, planeta e lucro. 

Portanto, o lucro ainda é um motivador chave, mas deixa de ser o único. Sendo assim, o que muda, de fato? Diversas pesquisas realizadas na última década chegaram à conclusão de que organizações que se preocupam com outras partes interessadas – funcionários, clientes, famílias, etc – geralmente crescem mais do que a concorrência. 

O motivo disso é que o capitalismo consciente é um sistema que permite esse crescimento. Assim, empresas não precisam abrir mão de nada para se tornarem líderes de mercado. Isso porque o capitalismo consciente, além de ser uma filosofia alternativa para os negócios e o capitalismo, é também um movimento para mudar o envolvimento das empresas na sociedade e educar os líderes empresariais atuais e futuros sobre como fazer negócios conscientes. A questão é que esses negócios também podem ser extremamente lucrativos. 

Os quatro pilares do capitalismo consciente

O sistema do capitalismo consciente entende que os negócios são bons porque criam valor, são éticos porque se baseiam na troca voluntária, são nobres porque podem elevar nossa existência e são heróicos porque tiram as pessoas da pobreza e criam prosperidade. Assim, ele tem como base quatro pilares. 

• Liderança consciente

As organizações espelham as ações e a personalidade do indivíduo que está no topo. Esse é o tipo de pessoa que outras pessoas querem seguir, um líder autêntico e aberto. Líderes conscientes são justamente aqueles que inspiram lealdade e alta performance consistente em suas equipes.

• Orientação para stakeholders

Líderes conscientes sabem a importância de levar em consideração todos os seus stakeholders. Portanto, sua empresa nunca vai se tornar uma marca premium focando apenas nos acionistas. Os fatores realmente importantes para o sucesso do negócio a longo prazo são os funcionários e os clientes e, muitas vezes, também os fornecedores e a comunidade. Cuide deles e eles cuidarão de você.

• Cultura consciente

Uma cultura baseada em valores é aquela que é clara e direta sobre como as pessoas devem agir e atuar. Quando uma cultura não é definida e aplicada, os envolvidos não estão se movendo na mesma direção. Isso causa ruídos e desorientação. Assim, é preferível deixar uma posição-chave vazia do que contratar alguém que não esteja 100% alinhado com os valores e a missão de sua empresa. 

• Propósito maior

Uma empresa deve estar no negócio para fazer mais do que apenas ganhar dinheiro. Grandes líderes percebem que, para obter sucesso a longo prazo, você deve fornecer valor verdadeiro. Isso vem de pessoas apaixonadas se inspirando em seu trabalho. Quão inspirador é o propósito da sua empresa? Você gostaria de trabalhar para uma empresa cuja missão é “entregar o máximo valor aos acionistas”? Não se trata de vencer sempre, mas de fazer o seu melhor sempre. 

Por que o capitalismo consciente é importante?

Há duas razões principais pelas quais o capitalismo consciente é importante. A primeira é porque é um sistema que oferece uma nova ideologia sustentável que transcende as práticas atuais que visam a sustentabilidade. Assim, o capitalismo consciente compensa as deficiências dos sistemas de responsabilidade social e sustentável das empresas.

Atualmente, a maior parte das organizações possui equipes internas que implementam programas que aumentam seu impacto social, mantendo as metas de crescimento e receita. Porém, muitas vezes essas ações podem ser muito limitadas a uma direção ou departamento de uma empresa em vez de ser uma prática que abrange toda a organização. Dessa forma, essas práticas também podem ser abandonadas se o líder ou responsável sair. 

Empresas que adotam o capitalismo consciente, por sua vez, desenvolvem uma nova consciência por uma sociedade mais justa, próspera e inclusiva não só em seus líderes, como em todos os envolvidos. Dessa maneira, essa visão passa a fazer parte do todo das organizações, e não apenas de uma pequena parte. 

Em segundo lugar, o capitalismo consciente promove o crescimento do propósito comercial. Em um momento em que as empresas precisam reinventar seus modelos para se tornarem mais sustentáveis, o capitalismo consciente pode ajudar no desenvolvimento dos chamados “negócios verdes”. Ou seja, pode ajudar a desenvolver empreendimentos conscientes, que contribuem para a regeneração da sociedade e estão comprometidos em fazer o bem por meio de uma gestão responsável.

Esta nova abordagem é essencial para proporcionar uma prosperidade humana e planetária generalizada no futuro. Sendo assim, é preciso primeiro desenvolver a consciência sobre essas questões antes de construir teorias e práticas sobre como melhor aplicá-la dentro das organizações. 

Há também uma motivação financeira em se tornar uma empresa consciente: quando todos os quatro princípios do capitalismo consciente são aplicados, os resultados acumulados das empresas tendem a ser muito maiores. Esse aumento surgirá naturalmente e será duradouro a partir da aplicação e desenvolvimento dessa nova consciência.

O papel da Vendemmia no capitalismo consciente

Há mais de uma década no mercado, a Vendemmia nasceu para ser mais do que apenas uma empresa especializada em logística integrada. E isso faz toda a diferença para que consiga entregar cada vez mais resultados para seus clientes e fornecedores. Sem perder de vista seu propósito e objetivos, a Vendemmia possui um papel muito mais direto dentro da filosofia do capitalismo consciente. 

Tanto que Luciano Ricci, co-fundador da Vendemmia, concedeu uma entrevista à websérie “Capitalismo Consciente na Prática”, do Instituto Capitalismo Consciente Brasil. Ricci explicou que, desde a fundação, a empresa conta com princípios muito claros na condução dos negócios, que é justamente de um crescimento sustentável em cima de objetivos e propósito muito bem definidos. 

“Desde a nossa fundação, temos pilares e princípios muito conscientes. Nós acabamos nos interessando em ser apoiadores do capitalismo consciente porque eu acredito que se você não é parte da solução, é parte do problema. Assim, tentamos sempre cultivar um ambiente de negócios sustentável, tanto para nossos colaboradores quanto para nossos clientes”, explica Ricci. 

A Vendemmia, inclusive, é a primeira empresa de logística a participar da websérie do Instituto Capitalismo Consciente Brasil. As práticas adotadas pela organização dentro do capitalismo consciente são diversas e começaram por um processo de entender quem a Vendemmia é, como comenta Ricci. “Em 2017, no começo do processo de verticalização dos serviços da empresa, fizemos um trabalho muito profundo de autoconhecimento. Isso porque entendemos que só podemos ser algo a partir do momento que entendemos quem nós somos. Algo que expandimos a todos os nossos colaboradores”.  

Uma das medidas adotadas é o processo de meditação concedido para 100% da companhia. “Hoje temos operadores de empilhadeira que praticam meditação em uma área dentro de nossos armazéns dedicada exclusivamente para esta atividade. Medidas como essa tornam o ambiente de trabalho muito mais colaborativo, as pessoas ficam muito mais abertas para exporem suas fraquezas, assim como suas vontades e desejos”, revela o sócio-fundador da Vendemmia.

Em 2020, com a chegada da pandemia, a Vendemmia passou por um grande turning point. Com a expansão de consciência que a empresa obteve dentro do capitalismo consciente, a empresa pode antecipar objetivos que estavam planejados para o futuro. “Nesse período, trabalhamos muito forte no reposicionamento da empresa, em que adotamos o slogan ‘Pessoas e Negócios Conectados’.  Assim, desde 2020 temos trabalhado em quatro pilares: humildade, atitude, transparência e compromisso. Trabalhamos forte nesse processo de autoconhecimento e também de conhecer nossos clientes para, aí sim, oferecer serviços e apoio em suas cadeias logísticas”, comenta Ricci. 

O próprio co-fundador da Vendemmia também adotou para si princípios presentes no capitalismo consciente no seu dia a dia tanto no trabalho, mas também na vida pessoal. “Por experiência própria, cultivar o amor é fundamental. Temos que ser agentes de ação e propagação desse amor. Mesmo na dor, o que funciona é o amor”, aconselha. 

Confira a entrevista na íntegra: