3 passos essenciais da logística do setor de energia solar

Conheça melhor todas as pontas do supply chain e como atuar na área

Uma das questões mais preocupantes da atualidade é o aumento do custo da energia. Isso porque os valores estão aumentando à medida que os recursos da Terra estão se esgotando pouco a pouco. Felizmente, a tecnologia fornece novos recursos, como o uso da energia solar. Hoje, trata-se de uma importante fonte renovável, que está aumentando em popularidade porque é versátil, com muitos benefícios para as pessoas e o meio ambiente.

Não por acaso, o consumo de energia solar aumenta a cada ano. Estudo feito pelo Itaú BBA mostra que em 2021 foram fechadas 22 transações, como fusões e aquisições, no setor de energia, estimadas no valor de R$ 16 bilhões. Para 2022, a estimativa inicial era movimentar R$ 20 bilhões. Contudo, com o ritmo do setor, a perspectiva subiu para R$ 23 bilhões.

Com um aumento de 4,72 GW de potência operacional apenas no ano passado, o Brasil foi o 3º maior importador de módulos fotovoltaicos da China no primeiro trimestre de 2022, liderando o volume de importações nas Américas. A China registrou um aumento de 112% das exportações ao Brasil, considerando o mesmo período do ano passado.

Os motivos para isso são diversos. A energia solar é uma alternativa segura que pode substituir os atuais combustíveis fósseis, como carvão e gás, que geram poluição do ar, da água e da terra. O uso da energia solar, dessa maneira, contribui para a diminuição dessas consequências.

São diversos os materiais e peças para o uso de energia solar no Brasil que estão tendo cada vez mais demanda. E como a logística entra nesse processo? Basicamente, por meio de três pontos fundamentais: importação, armazenagem e transporte. Esses três passos possuem detalhes bem específicos e que podem comprometer toda sua operação caso não estejam alinhados. A sistemática de importação brasileira, por exemplo, comporta uma série de procedimentos, uma vez que todo o processo precisa atender às normas regulamentares, bem como aos controles específicos necessários ao bom desenvolvimento da operação.

Isso significa que diversos impostos devem ser calculados e recolhidos, os quais oneram a aquisição de produtos. Por isso, a quantidade de legislações, regulamentos e instruções ainda tornam a importação para o Brasil uma atividade muito complexa. E mesmo após essa primeira etapa, ainda há todo cuidado com armazenagem e transporte, visto que placas fotovoltaicas e suas peças são frágeis e exigem cuidados especiais.

Importação

Existem diversas formas de importar peças e placas e cada uma possui suas especificidades. Hoje, a China é o principal polo exportador do segmento solar, sendo Shanghai a cidade com o maior porto do país e do mundo, detentor do recorde mundial de movimentação de cargas portuárias. 

No caso de importações de equipamentos fotovoltaicos, a contratação de uma apólice de seguro para operações internacionais é uma prática essencial para a segurança operacional do processo. Para melhor atendimento do escopo, são cláusulas obrigatórias:

  • Alcance ao Incoterm FOB, que prevê cobertura desde o embarque na origem até a entrega na planta, cobrindo os trechos internacional e nacional;
  • Previsão de lucros esperados, pois o produto sofre rotineiras alterações de preço por conta do câmbio, complicando o processo de reposição e até 10% de despesas não comprováveis em um eventual sinistro.

Para o setor de energia solar, destaca-se o licenciamento não automático, ao qual estão sujeitos os produtos/mercadorias fotovoltaicas, pois não se enquadram nas modalidades automáticas, dispensadas, ou não permitidas, conforme determinado pelas regras aduaneiras.

Assim, para ocorrer o embarque no exterior é obrigatório emitir a Licença de Importação (LI) dos produtos relacionados no Tratamento Administrativo do SISCOMEX junto à Receita Federal do Brasil. Inclusive, para iniciar o licenciamento é obrigatório possuir o aval do órgão anuente, neste caso, o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Entretanto, o referido aval se faz necessário somente no caso de módulos solares, uma vez que não existe obrigatoriedade de certificação INMETRO para importação de inversores e medidores eletrônicos.

Além disso, de acordo com o Ministério da Economia, o regime de Ex-tarifário visa a promoção e a atração de investimentos ao país, já que desonera os aportes direcionados para os empreendimentos produtivos. Também tem como objetivo viabilizar o aumento de investimentos em bens de capital e de informática e telecomunicação que não possuam produção equivalente no Brasil e, por isso, é um instrumento importante para tornar acessível produtos de valor agregado sem fabricação local.

Entre módulos, inversores e demais equipamentos fotovoltaicos já foram concedidos cerca de 900 Ex-Tarifários, atribuindo vantagens tributárias ao setor como a redução a 0% do Imposto de Importação.

Armazenagem

O processo dentro de um armazém, de forma simples e resumida, pode ser definido como:

  • Entrada;
  • Armazenagem;
  • Gestão de inventário;
  • Estoque e expedição de produtos.

No setor solar, especificamente na vertical de GD de distribuição de sistema gerador fotovoltaico, temos um exemplo típico de serviço de valor agregado que acontece durante o processo de armazenagem: a montagem de kits – que faz toda a diferença para o segmento. Os kits são vendidos e, conforme a demanda de venda e cada tipo, é possível receber as ordens de produção para que se possa realizar toda a separação de produtos que o compõem (a maioria customizados de acordo com a demanda do cliente), partindo para a montagem e disponibilização para expedição e transporte no dia seguinte – e em alguns casos no mesmo dia.

Quando olhamos o segmento solar, há outras inúmeras atividades relacionadas que agregam valor e que estão diretamente ligadas ao operador:

  • Gestão de serial number;
  • Etiquetagem;
  • Montagem de kits;
  • Consolidação de pedidos;
  • Identificação de itens;
  • Validação de curva ABC;
  • Inspeção técnica.

Da mesma forma, a tecnologia na armazenagem de produtos do setor solar é fundamental.  Contar com sistemas integrados de gestão logística garante visibilidade em tempo real dos produtos, desde o embarque até a sua entrega efetiva ao destinatário. A tecnologia permite o gerenciamento da cadeia de suprimentos de ponta a ponta, sendo, portanto, um grande diferencial com relevante impacto no setor. A combinação de novas tecnologias em Supply Chain Management (SCM) e em logística promoveu avanços importantes na gestão e otimização de processos internos e externos.

Transporte

O transporte rodoviário final para entrega dos equipamentos fotovoltaicos deve ser considerado nos seguintes veículos:

  • Container tradicional ou rodotrem;
  • Sider convencional ou rodotrem.

No que se refere à segurança, o transporte em Container Convencional ou Rodotrem é o mais aconselhado para esse tipo de operação, pois a estufagem do container já prevê o menor espaço possível de deslocamento da carga dentro da unidade contenedora, reduzindo assim possíveis riscos de avaria na carga.

O veículo Sider é o mais utilizado em casos com desova, pois pode facilitar o processo de descarga. Porém, oferece riscos para longas distâncias, por conta do balanço da mercadoria e disposição dos paletes. Entretanto, possui grande disponibilidade e rentabilidade por conta da possibilidade de retorno.

No segmento solar, há inúmeras atividades relacionadas que agregam valor e que estão diretamente ligadas ao operador:

  • Fragilidade dos produtos;
  • Materiais com dimensões fora de padrão;
  • Mix de produtos.

O Brasil é um país continental com grandes desafios logísticos em relação à malha de distribuição que, agregado aos fatores críticos relacionados aos produtos, faz com que a operação de transporte de sistemas fotovoltaicos seja muito específica.

Operador logístico especializado

Ao olharmos todos os passos do processo logístico do setor solar, contar com um operador especializado pode não apenas facilitar toda a cadeia de suprimentos como evitar gastos e cobranças desnecessárias. Erros de cálculos ou falta de conhecimento das especificidades desse setor podem se tornar uma dor de cabeça e gerar custos a mais. Por contar com quase 100% de importação para abastecer o setor, transporte e armazenamento são hoje cruciais para atender distribuidores, representantes e consumidores. Além disso, é preciso cuidado e conhecimento para transportar esse tipo de material, que é bem delicado, mas também de peso considerável. Uma placa solar de 60 células, comuns para residências e empresas, possui em média 20 kg. Por isso, além de cuidado, é preciso conhecimentos específicos no manuseio, estoque e trânsito dos equipamentos, peças e kits. 

A Vendemmia, por exemplo, atua nesse segmento desde 2017 e aposta no seu conhecimento e capacidade de inovação para atender o setor de forma especializada. A operadora logística criou três verticais de atuação: o de importação, para fabricantes de placas e inversores; de importação, armazenagem e transporte para os distribuidores de geradores fotovoltaicos, ou seja, no segmento de geração distribuída; e uma terceira para grandes projetos, tanto de geração centralizada quanto distribuída.

Além de armazéns localizados em Santa Catarina e São Paulo, a Vendemmia conta hoje com uma plataforma própria, a Vendemmia Analytics, que garante o acompanhamento em tempo real de todo processo, uma gestão de estoque eficiente e ganho de escalabilidade para as operações. Única do setor que possui esta plataforma tecnológica, consegue assim, sozinha, dar conta de todas as informações necessárias, criando uma facilidade que antes não era possível. 

Hoje, a energia solar representa 40% do volume total da Vendemmia e a empresa acredita no potencial do segmento para os próximos anos. Para saber mais sobre a logística no setor solar e mais detalhes sobre importação, armazenagem e transporte para placas e demais peças do segmento, baixe gratuitamente o e-book “Logística do Setor de Energia Solar” e veja como estruturar toda a cadeia logística do segmento. 

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