Ainda que 2021 tenha sido marcado por problemas em distribuição de energia, o Brasil também viu o setor solar crescer como nunca. De fato, não apenas no país, como o setor de energia solar em todo o mundo disparou, mesmo com questões como a Covid-19 dificultando parte dessa evolução. Por isso mesmo que 2022 promete ser um dos anos de maior crescimento, ainda que a pandemia não esteja totalmente encerrada. Segundo novo relatório, as instalações globais de energia solar fotovoltaica (PV) terão um crescimento de mais de 20% este ano e ultrapassarão a barreira de 200 GW (DC) pela primeira vez.
Para isso, estão previstos também pelo menos US $170 bilhões de investimento. As previsões são fruto de estudo da IHS Markit, empresa líder de informações e insights em áreas críticas, que prevê que as instalações solares fotovoltaicas terão um crescimento recorde. Até recentemente, os custos decrescentes do sistema fotovoltaico – que diminuíram mais de 50% na média global de 2013 a 2020 – foram um fator crucial no crescimento exponencial da indústria, com a capacidade instalada global aumentando 275% durante esse período.
No entanto, a IHS Markit descobriu que os custos dos sistemas fotovoltaicos aumentaram 4% de 2020 a 2021, trazendo novos desafios para o mercado emergente. O estudo descobriu que o segmento de serviços públicos foi o mais impactado em 2021, com vários projetos atrasados ou cancelados. Por outro lado, o forte crescimento do setor de geração distribuída (ou seja, residencial, comercial e industrial) foi de muito sucesso da energia solar fotovoltaica em 2021. Parte disso foi impulsionada pela crise dos combustíveis e aumento dos preços da eletricidade, particularmente nos mercados em toda a Europa, afirma o relatório.
Expansão e consolidação
Instalações nos principais mercados, como China, Índia, EUA e Europa, estão impulsionando a expansão, iniciada em 2021, para este ano, com o maior crescimento vindo do segmento de geração distribuída, liderado pela China. A expectativa, assim, é de que as instalações solares fotovoltaicas experimentem um crescimento de dois dígitos neste ano.
Há um interesse significativo nos mercados globais para investir e desenvolver instalações solares, mas a cadeia de suprimentos precisa também de tempo para se ajustar e atender a demanda. A expectativa é que os atuais altos custos de frete e os atrasos subsequentes no envio continuem em 2022, impactando particularmente a economia dos projetos internacionais, ainda que não diminua seu crescimento.
Essa consolidação do setor também foi vista no Brasil. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a energia solar teve seu melhor ano em 2021, com crescimento recorde em todo o país. De janeiro a dezembro, foram gerados mais de 3,5 GW de potência instalada em residências, fachadas e pequenos terrenos. Para comparação, em 2020 foram contabilizados 2,68 GW, um aumento, portanto, de mais de 30%. Tudo isso ajudou o setor a alcançar a marca de 8,26 GW de potência instalada desde o início da operação da fonte no Brasil.
Tendências e expectativas
A busca pela obtenção de maior eficiência é uma das principais metas da indústria fotovoltaica para este ano. Isso porque a eficiência da célula solar é um elemento cada vez mais importante. Além disso, de acordo com a HIS Markit, devido ao atual problema da cadeia de suprimentos na indústria fotovoltaica, os preços da energia solar permanecerão altos até pelo menos 2023.
Os custos retomarão sua tendência de queda a partir de 2023, assim que a capacidade de polisilício aumentar. Os preços do sistema fotovoltaico aumentaram 4% este ano, o que está tendo um impacto significativo em muitos projetos em escala de concessionárias e com muitos projetos atrasados. Espera-se que essa tendência continue em 2022, impactando muitos projetos em todo o mundo.
Por outro lado, os sistemas FPV (energia solar flutuante) são uma aplicação emergente e cada vez mais competitiva da energia solar fotovoltaica, considerados hoje o terceiro pilar da energia solar. De acordo com um relatório da consultoria Deloitte, a energia solar flutuante é vista como uma oportunidade de aumento do valor econômico por empresas de energia limpa e desenvolvedores de sistemas fotovoltaicos.
O estudo afirma que as novas instalações FPV em 2021 e 2022 devem adicionar uma capacidade total de 2,9 GW. O relatório também prevê que, até o final de 2022, haverá uma capacidade instalada total de 5,2 GW. Isso será mais do que a capacidade total instalada combinada de 2008 a 2020.
Intersolar 2021 e o retorno dos eventos
O crescimento do setor solar também contou com o retorno de grandes eventos em todo o mundo, incluindo o Brasil. Um exemplo é a Intersolar. Presente em quatro continentes, é a principal série de exposições do mundo para a indústria solar e seus parceiros. O evento une pessoas e empresas de todo o mundo com o objetivo de aumentar a participação da energia solar em nosso fornecimento de energia.
A edição de 2021, realizada em São Paulo, contou com cerca de 28 mil visitantes de 29 países, se consolidando como a maior exposição e conferência da indústria solar sul-americana. A Vendemmia e mais de 250 expositores participaram do evento, fornecendo as últimas tendências para especialistas do setor, junto com investidores e planejadores de projetos ao longo de três dias.
Ao todo, 76% dos expositores eram do Brasil, sendo 23% estrangeiros. A Intersolar South America foi o maior dos três eventos paralelos, contando com 60 sessões e workshops e 110 palestrantes dedicados às últimas tendências, desenvolvimentos e inovações nos setores de energia solar, armazenamento de energia e infraestrutura e gerenciamento de energia. Além disso, contamos com a edição do Conexão Vendemmia Especial Intersolar, onde compartilhamos sobre os impactos da logística para o setor.
Brasil: aumento de importações e Marco Legal
Seguindo uma tendência global, o Brasil também espera continuar aumentando sua capacidade instalada, tanto que o volume de importação de módulos fotovoltaicos registrou crescimento de 82,3% em 2021 na comparação com o ano completo de 2020, de acordo com estudo da consultoria Greener, especializada no mercado de energia solar.
O relatório também mostra que o volume de equipamentos que entrou no Brasil entre janeiro e novembro de 2021 foi de 8,7 GW, em contraponto ao de 2020, que ficou em 4,77 GW ao longo dos doze meses do ano. Não por acaso, em 2021, o país também entrou para o grupo das 15 nações líderes em capacidade instalada de energia solar. Para 2022, a expectativa é de que estes números sejam ainda maiores do que os apresentados neste ano. Números da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a geração distribuída fotovoltaica vem crescendo cerca de 230% ao ano no Brasil.
Além disso, tivemos a sanção da Lei 14.300, o chamado Marco Legal GD. Ela regulamenta a geração distribuída no Brasil e trará impactos para esse tipo de empreendimento nos próximos anos. Com as novas regras de compensação do Marco Legal comparadas ao modelo regulatório anterior, o tempo de amortização dos projetos aumenta, salvo algumas exceções de tamanho de sistema e outros aspectos técnicos. Isso indica uma perda de atratividade do setor.
No entanto, a estabilidade regulatória que a própria lei traz mitiga as possíveis perdas e o setor não deixará de crescer por conta disso. Ao contrário, a projeção é de que será um dos que continuará crescendo nos próximos anos.
No limite, a lei trará também benefícios de elevar o mercado para relações ainda mais maduras e profissionais, fortalecendo empresas e serviços de qualidade. As novas regras passam a valer a partir de 6 de janeiro de 2023, portanto, o ano de 2022 será de grande movimentação e demanda.
Mais experiência e melhores serviços
O investimento em energia solar tem dado também maior know-how para empresas e serviços. A Vendemmia, por exemplo, atua nesse segmento desde 2017 e hoje é líder no setor de energia solar e especialista em logística 4PL para o segmento. Para lidar com a demanda, atua em três verticais de atuação para o setor de energia solar: o de importação, armazenagem e transporte.
Com o aumento de pedidos do setor de energia solar, a Vendemmia também ampliou sua quantidade de armazéns, incluindo instalações em Minas Gerais e Ceará, já pensadas para atender parte da crescente demanda dos clientes provenientes de energia fotovoltaica. Assim, a ideia da empresa é dobrar a participação no segmento, que hoje representa aproximadamente 40% do volume total.
Além disso, a Vendemmia é a única do setor que possui uma plataforma tecnológica própria, o Vendemmia Analytics. A gestão digital concentra todas as informações logísticas e permite a comunicação rápida com os clientes e acompanhamento real time de todo o fluxo em um único ambiente, facilitando controle de armazéns, transporte e importação. Pensando em produtos pesados, delicados e de alto custo, como as placas fotovoltaicas e suas peças, esse controle é primordial para reduzir custos e evitar erros e perdas.