Embora haja a inserção da pauta “meio ambiente” no universo corporativo, muitas empresas ainda não conseguem visualizar como suas ações impactam em fenômenos globais e ocasionam bruscas e, talvez, irreversíveis alterações climáticas no mundo.
Emissões atmosféricas de gases de efeito estufa, descarte de materiais químicos sem nenhuma segurança, contaminação de rios e oceanos, desmatamento, dentre outros elementos, são práticas adotadas pela indústria, cujos efeitos negativos prejudicam até mesmo a sobrevivência humana.
Como equilibrar a dependência e extração de matérias primas sem gerar uma degradação da natureza? Neste guia, apontaremos algumas iniciativas que vêm sido pensadas em setores públicos e privados e quais os possíveis caminhos a serem seguidos pelas empresas, objetivando atuar a favor da sustentabilidade e preservação ambiental. Acompanhe com a gente.
SUMÁRIO
- Lições das COPs para o empresariado
- Ecossistemas de Inovação: Lições da Natureza
- Economia Regenerativa
- Dessincronização e ressonância
- Por que a Vendemmia prioriza o debate sobre sustentabilidade e meio ambiente?
Lições das COPs para o empresariado
Como resultado da COP 28, realizada em 2023, novos desafios para as lideranças empresariais que entendem a relevância das questões ambientais surgiram, com destaque para a mudança climática. Há evolução no cumprimento de acordos, mas ainda insuficiente frente às necessidades de inovação tecnológica, responsabilidade social, governança e transparência nas ações corporativas relacionadas ao meio ambiente. Essa atual conjuntura ocorre em razão da baixa adesão das empresas na busca por soluções sustentáveis.
Neste cenário, a maior expectativa para a COP 29 é a aceleração das iniciativas que põem em prática soluções já firmadas, especialmente o investimento em fontes de energias limpas.
A COP 28 foi realizada no final de 2023, em Dubai, sob a controvérsia da nação hospedeira ser uma economia fortemente dependente de petróleo e gás. Um caloroso debate acompanhou o anúncio feito pelo presidente da cúpula, Sultan Al Jaber, também líder da Abu Dhabi National Oil Company, que pretende dobrar a produção de petróleo e gás do país. Este episódio ilustra o tamanho dos desafios que marcaram a conferência, que apesar de tudo trouxe avanços significativos, como reflexões valiosas sobre a relação do mundo empresarial com o meio ambiente.
O acordo final entre líderes políticos, do empresariado e representantes da sociedade civil reconheceu a necessidade de uma transição energética, prevendo a redução gradual do uso de combustíveis fósseis para diminuir a emissão de gases de efeito estufa. Há muita pressão sobre o ambiente de negócios, que parece encarar as resoluções com mais responsabilidade, tal como demonstram os principais resultados da COP 28. Acompanhe:
- Compromissos Ambientais: A COP 28 resultou em compromissos importantes para o meio ambiente. Líderes empresariais devem estar atentos a esses acordos, pois eles moldarão regulamentações futuras e poderão impactar as operações e estratégias corporativas.
- Inovação e Tecnologia: A conferência destacou a necessidade de inovação tecnológica para combater as mudanças climáticas. Empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias verdes podem se beneficiar de incentivos governamentais e ganhar vantagem competitiva.
- Responsabilidade Social: A COP 28 enfatizou que as empresas que adotam práticas sustentáveis e éticas tendem a ter uma imagem pública mais positiva e a atrair investidores conscientes.
- Governança e Transparência: A transparência nas ações corporativas relacionadas ao meio ambiente é cada vez mais valorizada. Lideranças empresariais devem priorizar a governança e a comunicação clara de suas políticas e práticas ESG.
Com a proximidade da COP 29, programada para novembro deste ano, e apesar da pequena evolução percebida, a realidade é uma baixa adesão das empresas na busca por soluções sustentáveis e na redução de sua pegada de carbono. As resoluções foram importantes, mas o verdadeiro trabalho mal começou e ainda faltam ações concretas do mercado para enfrentar a crise climática global. O que se espera da COP 29 é que acelere a execução das soluções já discutidas, especialmente as que apontam para energias renováveis.
Ecossistemas de Inovação: Lições da Natureza
Ecossistemas de inovação podem beber de ecossistemas naturais e enriquecer as discussões sobre a humanização do trabalho.
Analisar sistemas biológicos sob uma perspectiva organizacional, criando comparações, ajuda a explicar como as empresas podem se beneficiar da diversidade, interconexão e colaboração entre seus membros, parceiros, clientes e demais stakeholders.
Tomando como exemplo a vasta biodiversidade dos manguezais, percebemos a sua capacidade de resistir, regenerar e reorganizar os princípios de um funcionamento harmônico que pode ser reproduzido pelas organizações para criar redes de inovação que promovam a sustentabilidade empresarial e humana.
A inovação é um fenômeno complexo, impulsionado por interações multifacetadas que podem ser melhor compreendidas através de analogias com a natureza. Ecossistemas naturais, como manguezais, exemplificam comunidades de organismos que coexistem e cooperam, destacando a importância da interdependência e colaboração para a resiliência e sustentabilidade.
Transpondo esses conceitos para o ambiente empresarial, os ecossistemas de inovação são formados por empresas, instituições de pesquisa, investidores e governos. No início, recursos e colaboração são escassos, mas à medida que evoluem, surgem redes de cooperação que facilitam a troca de conhecimento e recursos.
A comunidade é vital para o sucesso dos negócios, oferecendo suporte emocional e motivacional, além de compartilhar recursos e experiências. Analogamente, na natureza, a sobrevivência de uma espécie pode depender da coesão da comunidade, como plantas que se relacionam com abelhas para polinização.
Observar a inovação através das lentes da ecologia oferece insights valiosos para criar ecossistemas empreendedores saudáveis e vibrantes, onde a diversidade, interconexão e colaboração são fundamentais para o sucesso individual e coletivo. Reconhecer e nutrir esses princípios é essencial para construir um futuro mais inovador e sustentável.
Economia Regenerativa
Economia regenerativa consiste em reduzir os impactos ambientais e restaurar o capital natural, já praticamente esgotado pelo crescimento econômico baseado em combustíveis fósseis.
O Brasil tem um potencial enorme para liderar essa transição, aproveitando sua riqueza natural e investindo em práticas sustentáveis, como a agricultura regenerativa, o reflorestamento e a circularidade nas cadeias produtivas. Para isso, são necessários programas de crédito, leis específicas e muito investimento em pesquisa.
Nos últimos 150 anos, a humanidade experimentou um crescimento exponencial em tecnologia, ciência e capacidade produtiva. A transição da força humana e animal para o uso de combustíveis fósseis e eletricidade permitiu um aumento significativo na produção de alimentos e energia. No entanto, todo esse progresso veio à custa do esgotamento do capital natural, que inclui os bens naturais que contribuem para o bem-estar humano, como os serviços ecossistêmicos fornecidos pelas florestas.
Desde a década de 1970, a pegada ambiental da humanidade superou a bioprodutividade do planeta, levando a uma operação no “cheque especial ambiental” e ameaçando a estabilidade dos sistemas naturais. A economia regenerativa surge como uma resposta a essa crise, buscando não apenas minimizar impactos negativos, mas também promover um efeito positivo na natureza e reverter danos anteriores.
O Brasil, com sua vasta área e riqueza natural, tem um potencial enorme para liderar a transição para uma economia regenerativa. Isso envolve a contenção de danos, como o desmatamento ilegal, e a promoção de práticas sustentáveis, como a agricultura regenerativa e o reflorestamento. A recuperação de pastagens degradadas e a adoção de sistemas agroflorestais são algumas das oportunidades mais promissoras para o país.
Além disso, a busca por circularidade nas cadeias produtivas pode posicionar o Brasil como líder global no fornecimento de insumos sustentáveis. Exemplos incluem biocombustíveis e materiais renováveis, como fibras naturais, que podem substituir fontes fósseis e não renováveis. Para alcançar uma economia verdadeiramente regenerativa, é essencial desenvolver instrumentos financeiros, legislação, capacidade técnica e segurança jurídica, além de atrair capital em escala global.
Dessincronização e ressonância
Segundo o pensador brasileiro Carlos Piazza, tecnologia e filosofia podem ajudar a harmonizar o ser humano e o meio ambiente. Atravessamos uma era de dessincronização, em que o desequilíbrio da atividade humana abalou a natureza de forma crítica e que está evidente a necessidade de uma mudança paradigmática.
Segundo o pensador brasileiro Carlos Piazza, tecnologia e filosofia podem ajudar a harmonizar o ser humano e o meio ambiente. Atravessamos uma era de dessincronização, em que o desequilíbrio da atividade humana abalou a natureza de forma crítica e que está evidente a necessidade de uma mudança paradigmática.
A dessincronização tem consequências devastadoras, desde o aumento alarmante de suicídios até o desengajamento no ambiente corporativo. Uma reconstrução é possível e se faz necessária. Cada indivíduo tem o poder de transformar seu próprio entorno e o ambiente em geral. Desde os primeiros passos dos hominídeos, a inovação tem sido a força motriz da humanidade e agora deve ser direcionada para a regeneração do planeta.
A solução é uma ressincronização do futuro, através do uso da tecnologia para finalidades criativas e da filosofia como guia. É o design centrado no ser humano, que prioriza as necessidades das pessoas e do planeta. As gerações futuras, como as gerações Z e Alfa, já demonstram uma inclinação para a economia circular e o consumo consciente.
A solução é uma ressincronização do futuro, através do uso da tecnologia para finalidades criativas e da filosofia como guia. É o design centrado no ser humano, que prioriza as necessidades das pessoas e do planeta. As gerações futuras, como as gerações Z e Alfa, já demonstram uma inclinação para a economia circular e o consumo consciente.
No entanto, a conscientização ainda é um obstáculo, com muitos negando a crise climática e mantendo o foco na produção em massa. Talvez o aprendizado venha apenas através da dor, pois argumentos racionais e dados parecem insuficientes. A ciência e a tecnologia oferecem um vislumbre de esperança, mas somente se agirmos com a urgência que a situação exige. Afinal, o futuro de nosso planeta depende das escolhas que fazemos hoje.
Por que a Vendemmia prioriza o debate sobre sustentabilidade e meio ambiente?
Pensar estratégias e implantar ações eficientes que contribuam a favor da preservação ambiental é algo valoroso para todo o time da Vendemmia. Acreditamos que executar planejamentos responsáveis, salvaguardando o ecossistema global, é uma forma de contribuir tanto com o nosso bem-estar, como com o das futuras gerações, investindo assim na saúde no planeta.
É possível estruturar a área de logística com atitudes que minimizem os impactos ambientais por meio de métodos específicos como eficiência energética, otimização de rotas e utilização de tecnologia avançada para redução de emissões de carbono.
Nos comprometemos a adotar a agenda da ESG e incentivamos o desenvolvimento sustentável e coletivo da nossa empresa, bem como estimulamos ações específicas das nossas lideranças e colaboradores. Aqui, na Vendemmia, somos socialmente responsáveis e acreditamos na caminhada para um futuro próspero, com amplo reconhecimento e valorização da biodiversidade.
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