A maioria das empresas, hoje, possui uma definição própria de propósito, valores e missão. Não só isso: muitas também criam códigos de conduta que determinam não apenas a maneira como atuam no mercado, mas também como esperam que seus colaboradores se portem junto ao mercado. Ainda que em diversos casos sejam apenas orientações éticas, outras visam abordar normas e especificações legais, tanto de sua área de atuação quanto no âmbito trabalhista.
Porém, o que isso significa na prática?
Quando líderes empresariais pensam em regras corporativas, o primeiro pensamento que lhes vem à mente é manter a sua empresa longe de problemas. No entanto, o chamado compliance compreende mais do que criar políticas que reduzam riscos para uma empresa ou segmento.
Isso porque o compliance começa com a cultura da sua empresa e pode ser uma enorme vantagem estratégica que, assim como a tecnologia, se paga lá na frente. Ainda assim, pode ser um desafio conseguir acertar. É por isso que é importante dar um passo atrás e se perguntar: o que, afinal, podemos entender como compliance?
O que é compliance
O conceito de “fazer a coisa certa” pode compreender muitas interpretações diferentes. Como cada pessoa experimenta a vida por meio de uma lente única, a compreensão geral sobre a escolha moral pode variar de pessoa para pessoa. A ética é orientada por princípios morais, ou seja, pelos padrões que aplicamos quando nos deparamos com questões atinentes a como é mais viável nos comportarmos em um ambiente específico, sendo certo que, a depender do ambiente e contexto, nossas escolhas podem mudar.
Em um ambiente corporativo, por exemplo, a missão da empresa impulsiona valores que, por sua vez, se traduzem em padrões éticos. Quando os membros de uma organização estão seguindo uma ética comum, estão essencialmente cumprindo esses padrões. Portanto, interpretar o compliance pode parecer que uma ação deve ser submetida ao seu próprio conjunto de padrões pessoais, no entanto esse ponto de vista pode ter mais que um caminho.
O que, então, é compliance? Quando aplicado às corporações, refere-se a seguir as políticas internas ou leis e regulamentos governamentais aos quais sua organização está submetida. Em contrapartida, o não cumprimento desses requisitos pode colocá-la em risco e sujeita a multas financeiras e/ou penalidades legais.
No entanto, compliance é mais do que apenas a satisfação às políticas internas de uma organização e ao cumprimento legal.Isso quer dizer que não deve ser visto como um objetivo final, ao contrário, deve ser entendido como o requisito mínimo para operações seguras e resistência a ameaças externas.
A falha em comunicar efetivamente os requisitos de compliance entre os departamentos da empresa pode levar à ineficiência e ao desacordo. Isso é algo que compromete não apenas os negócios, mas a imagem da empresa e o dia a dia de quem trabalha nela. Portanto, o compliance deve ser visto como um esforço contínuo e mútuo com a finalidade de atender às necessidades e expectativas de uma variedade de partes interessadas
A importância do compliance
O objetivo principal do compliance é simples: identificar e evitar possíveis sinais de alerta em seus negócios. Afinal, seu não cumprimento pode resultar em multas ou penalidades dispendiosas no futuro. Só que, além disso, o compliance também ajuda os funcionários a agirem com mais responsabilidade e, consequentemente, o ambiente de trabalho e as atividades se tornam mais produtivas.
E, claro, isso inclui o setor logístico.
Dessa forma, um bom programa de compliance ensina seus colaboradores a terem uma melhor relação interpessoal, promoverem um alto nível de profissionalismo e defenderem os valores corporativos dentro e fora do local de trabalho. A prática de tais ações traz benefícios que não podem ser ignorados, senão vejamos:
Evitar sanções e/ou penalidades
A não adesão às leis e/ou regulamentos ou seu descumprimento podem acarretar em sanções e penalidades, o que nenhuma empresa gostaria de arriscar. Ao monitorar e seguir os vários requisitos de compliance, de forma garantir que cada um seja atendido, sua empresa pode evitar os riscos de penalidades, multas ou ações judiciais.
Reputação positiva
A imagem pública de uma empresa influencia em seu sucesso no mercado. Questões relacionadas ao não cumprimento do compliance podem manchar a imagem de uma marca, resultando na perda de confiança entre o público em geral e também entre os próprios colaboradores.
Melhoria às operações e segurança
Seguir as normas de segurança e proteção ajuda a prevenir acidentes e lesões, bem como cria um melhor ambiente de trabalho. Da mesma forma, também incentiva os membros da organização a serem mais responsáveis e dedicados.
Podemos dividir, então, o compliance em duas frentes: interna e externa. Se entendemos as questões legais e jurídicas como a parte externa, a maneira com que a sua empresa cria um ambiente de trabalho positivo e uma cultura saudável configura-se como a parte interna. Isso é importante porque os colaboradores desejam um local de trabalho onde se sintam seguros e bem cuidados, algo que só pode ser alcançado se a empresa tiver um modelo claro e coerente a ser seguido.
Compliance e logística
Em operações logísticas, o compliance é igualmente importante, pois é por meio da adesão a um conjunto de requisitos previamente acordados para sua cadeia de suprimentos que há diminuição de riscos em todos os pontos do supply chain. Como consequência, isso se consubstancia numa poderosa vantagem competitiva em um mercado saturado e que conta com clientes exigentes e concorrentes inovadores.
Dessa maneira, os gestores logísticos precisam atuar para garantir a excelência em todos os níveis de serviço, economizando o tempo e o dinheiro da sua empresa, além de melhorar o relacionamento para com os seus clientes. E, para que isso ocorra, é preciso adotar principalmente quatro ações:
1 – Eficiência
Processos eficientes permitem cumprir requisitos em determinadas funções de trabalho dentro de um determinado período de tempo. No contexto da logística, uma tarefa bem sucedida também depende de padrões pré-definidos. Além de visar prevenir danos e proteger a reputação perante o mercado, o compliance ajuda a gerenciar os riscos de forma proativa por meio da identificação e avaliação antecipada de riscos.
Além disso, um modelo de compliance bem definido aumenta a eficiência de toda a cadeia de suprimentos e a protege da maioria dos riscos associados à má conduta de gestores e colaboradores, incluindo a violação de políticas internas, regulamentos e leis. Isso se torna ainda mais importante quando se trabalha com importação, por exemplo, em que as diretrizes legais podem variar muito em comparação às do próprio país de origem da mercadoria, bem como podem ser alteradas/revogadas/atualizadas constantemente como acontece em nosso país.
2 – Credibilidade
Um compliance adequado do setor logístico aumenta onível de credibilidade de uma empresa no segmento em que atua, o que pode as ajudar, inclusive, a obterem novos negócios. Investidores, stakeholders e clientes se sentem mais seguros diante do fato de que a sua cadeia de suprimentos esteja operando com compliance, seguindo padrões de segurança e atendimento transparentes e confiáveis.
De fato, isso fortalece a credibilidade da marca e essa credibilidade também é bem vista por parceiros, clientes, colaboradores e prestadores de serviços, facilitando esse relacionamento. O compliance, portanto, pode ser aproveitado como uma vantagem competitiva. Em um setor competitivo, como o logístico, poder assegurar que o supply chain segue um modelo rigoroso de verificação e procedimento coloca a sua empresa em um degrau acima da concorrência.
3 – Prevenção de riscos
O fator risco dentro das cadeias de suprimentos é muitas vezes subestimado. Por isso, um modelo de compliance geralmente se concentra principalmente no risco de ações antiéticas ou mesmo ilegais, tais como suborno e corrupção. Referido receio se dá, sobretudo, pelo fato de que o setor logístico atua diretamente com ações que envolvem leis, taxas e impostos.
Infere-se daí que atitudes que comprometem o compliance na cadeia de suprimentos, portanto, podem trazer mais riscos e dar menos estabilidade às tarefas cotidianas. O dano que um fornecedor pode causar à reputação de uma organização, muitas vezes, é muito difícil de ser revertido, impactando diretamente em todo o supply chain da empresa.
4 – Redução de custos
Tanto pequenas empresas, importando ou exportando mercadorias, quanto grandes corporações entendem na prática a complexidade dos regulamentos e procedimentos, pois eles se aplicam igualmente a todos que atuam no segmento. Para garantir que os requisitos regulatórios sejam integral e devidamente atendidos, bem como que nada seja esquecido, as empresas bem-sucedidas devem ter um bom compliance.
Isso porque uma atuação correta em todas as pontas do supply chain possibilita reduzir os custos ao simplificar procedimentos e torná-los mais transparentes e eficientes, evitando erros e má conduta. Um bom compliance também aplicado às operações logísticas reduz a exposição legal da empresa, melhora a documentação e a manutenção de registros, assim como a colaboração e a comunicação entre seus diferentes departamentos envolvidos.
A Vendemmia, por exemplo, que é especializada em logística integrada, possui um modelo forte de compliance, interno e externo, que possibilita, além de toda a experiência de atuação, garantir aos seus clientes, fornecedores, colaboradores e prestadores de serviços o cumprimento irrestrito de regulamentos, leis, políticas internas e padrões éticos, sendo a única do setor que consegue operar por meio do 4PL com estruturas próprias, ou seja, armazém, transporte e importação Além disso, possui a própria plataforma tecnológica, a Vendemmia Analytics, que agrega em um único ambiente toda a visibilidade dessa cadeia, aumentando a transparência nos negócios e ações junto aos fornecedores e clientes. E por essa razão também conquistou o selo Great Place To Work, consultoria que é autoridade global no mundo corporativo e atesta as melhores empresas para se trabalhar.